quinta-feira, 16 de outubro de 2008

J'AIME LE PARFUM DES FLEURS

Acabo de contemplar um endredon que está posto ao lado de minha cama, mas é um endredon rosa e roxo com gravuras infanis em forma de flores e menininhas. Minha sobrinha o tem por cobertor preferido e hoje logo cedo pela manhã ela adentrou meu quarto e ligou a tv para poder despertar-se com mais propriedade. Ela adentrou na idade de 10 anos a pouco tempo e as crianças possuem uma pureza viva e feliz. Lembro-me de certa vez adormecer e sonhar; me reportei ao natal de 1986 ... isso é bom! Eu então com 6 anos de idade (no sonho) abrí os olhos e fitei cada canto de nosso (meu e de meus dois irmãos) humilde quarto. Sentí o friozinho daquela manhã de Dezembro, notei as brechas da janela de madeira, o guarda-roupa que meus pais ganharam como presente de casamento há 14 anos na época (hoje já fazem mais de 30 anos de casados), a cortina que servia de porta de entrada do quarto e uma estrutura de madeira montada provisoriamente onde deveria existir o forro que não possuíamos.





Descí do beliche onde me encontrava e me pus a observar os meus dois irmãos dormindo, lembro dos detalhes do rosto deles, a boca entre-aberta e a posição corporal deles desajeitados pelo sono. Saí do quarto e adentrei o espaço da cozinha. Estava gelado e notei todos os móveis que me lembro do imaginário de minha infância, a mesa redonda de cor azul que se dividia em duas partes, o armário da cozinha de metal e vidro na somente na parte das louças e taças, do fogão pequeno de 4 bocas vermelho com duas abas da marca DAKO assim como a geladeira pequena vermelha da marca BRASTEMP, das paredes com algumas teias e sem pintura, da porta que meu pai mandou abrir na parte do lado da casa, da lâmpada suspensa até uma altura mediana pelo fato de também na cozinha não haver forro... sinto até o cheiro das comidas da ceia que se encontravam em cima da mesa.

Percebí a sala com uma tênue iluminação dos primeiros raios de sol daquele dia 25 de Dezembro de 1986, me dirigí até lá.



(Neste retrato estão meus irmãos e minha irmã)

Continuação na outra postagem ...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A visão do Antropólogo de bar

"But it's calm under the wave in the blue of my oblivion"





Ouço esse trecho da canção de uma cantora não brasileira, apesar de estar quente dos infernos em nossa ilustíssima cidade de Porto Velho (capital do estadinho de Rondônia), sinto essa "calmaria sobre as ondas no azul do meu esquecimento". Na verdade para quem me conhece, sabe que sempre uso o termo "Azul" para designar a simplicidade com eficácia da vida. Uma vez tive uma relação muito forte com o céu azul, era domingo e havia acordado extremamente desgastado, não com ressacas de dias passados mas com abatimento profundo causado por uma situação de enfermidade de minha progenitora ... foi a dor e o cansaço maior que já tive, e o céu azul me falou naquele corredor do 1º piso da estrutura onde me encontrava: "Não Temas".





Foi o suficiente para eu sorrir demoradamente em silêncio com bastante lágrimas nos olhos e alí ficar contemplando o céu, apenas um céu azul, e olha que minha cor preferida é verde.





Nossas relações com cores, datas, cheiros, pessoas, objetos (calma aê galere), lugares e etc... são de simplicidades muitas das vezes desapercebidas, mas extremamente marcantes. Essa noção de símbolos se estuda muito em Antropologia caríssimos(as) leitores desse espaço; O pilar central da antropologia é o conceito de cultura e sociedade e de que nossa espécie tem desenvolvido simbolicamente uma capacidade universal para compreender o mundo, para ensinar e aprender tais símbolos socialmente e para transformar o mundo (e nós mesmos) baseados em tais símbolos.





Enfim, canseii e vão fazer o que quiser da vida de vocês. Deixo uma contribuição simbólica como desejo de felicidade na vida de vocês: